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Os números ainda navegam em sentido contrário: em média, as mulheres ganham menos, trabalham em condições menos favoráveis, sofrem mais com o desemprego.

Mas também têm avanços a comemorar. Hoje, ocupam praticamente a metade do mercado de trabalho e não se furtam à luta! O mesmo capitalismo que as explora e faz da discriminação um instrumento de ganhos extras, contraditoriamente as agrupa enquanto trabalhadoras, o que lhes traz as condições para se organizarem e lutarem!

O Sinteps parabeniza as companheiras pela passagem de seu dia. O nosso Sindicato seguirá organizando a categoria como um todo, em defesa de melhores salários e condições de vida, por um ensino público, gratuito e de qualidade para todos! E seguirá contribuindo, também, pela igualdade entre homens e mulheres e pela superação de todas as desigualdades e discriminações na sociedade!

No Centro Paula Souza, além das reivindicações que dizem respeito a toda a categoria, as mulheres têm algumas que lhes são específicas e muito caras, como é o caso da extensão da licença maternidade de 180 dias para as celetistas, item que faz parte da nossa Pauta de Reivindicações 2017.

 

Mulher X mercado de trabalho X cargos de chefia

De acordo com pesquisa elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda das mulheres equivale a 76% do que é pago aos homens e elas continuam sem as mesmas oportunidades de assumir cargos de chefia ou direção. Outro problema que ainda assombra a metade feminina da população é a dupla jornada, que também segue afastando muitas mulheres do mercado de trabalho, apesar de elas serem responsáveis pelo sustento de quatro em cada dez casas. As mulheres dedicam duas vezes mais tempo às atividades domésticas que os homens. Na soma do trabalho externo com o interno, a jornada feminina média é de 55,1 horas semanais, contra 50,5 horas deles.

Estes dados constam no documento “Síntese de Indicadores Sociais - Uma análise das condições de vida da população brasileira” do IBGE, que estudou os indicadores entre os anos de 2005 e 2015.

Quando o assunto é acesso aos postos de comando, os índices são mais contrastantes ainda. Outra pesquisa, desta vez feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com o Instituto Ethos junto às 500 maiores empresas brasileiras, mostra que somente 13,6% dos postos mais altos estão com as mulheres. A situação só não é tão ruim quanto à dos trabalhadores negros (homens e mulheres), que ocupam ínfimos 4,7% dos cargos executivos. No atual ritmo de evolução das participações destas minorias nas empresas, segundo BID e Ethos, o equilíbrio no quadro só ocorrerá em pelo menos 150 anos!

Ambas as pesquisas refletem a discriminação de gênero que ainda permeia o mercado de trabalho no Brasil, embora a Constituição Federal seja explícita ao prever direitos iguais para homens e mulheres.

No serviço público, formalmente os salários são iguais para homens e mulheres. No entanto, a discriminação ocorre de modo mais sutil. Não raro, eles têm maiores oportunidades de ascensão na carreira, na indicação para postos de confiança etc.

 

Reforma da Previdência vai agravar situação da mulher

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 298/2016, enviada pelo ilegítimo governo Temer ao Congresso, tende a agravar ainda mais a situação da mulher trabalhadora no Brasil.

A realidade, como mostram as duas pesquisas acima, ainda impõe a elas uma sobrecarga de trabalho (dentro e fora de casa), salários menores e acesso restrito à ascensão na carreira. Neste quadro, igualar a idade mínima para aposentadoria em 65 anos (idade excessivamente alta nos padrões de vida da população brasileira, diga-se de passagem) implicará no agravamento das condições de vida das trabalhadoras. A igualdade entre homens e mulheres é algo ainda fantasioso. Somente se justificariam requisitos para aposentadoria iguais entre os gêneros se as obrigações e direitos (em sua totalidade) fossem iguais para ambos os sexos.

Dia da Mulher é parte do calendário de luta dos trabalhadores do Centro

Conforme debatido na reunião do Conselho de Diretores de Base (CDB) do Sinteps em 20/2, a campanha salarial dos trabalhadores do Centro em 2017 tem como pano de fundo a conjuntura geral do país. Neste ano, além das nossas lutas específicas, também temos que engrossar a mobilização da população trabalhadora contra os ataques que sopram de Brasília, como a reforma da Previdência, a mutilação dos direitos previstos na CLT, entre outros.

Neste contexto, temos duas datas nacionais de luta contra estas reformas: 8 e 15 de março. A orientação do Sinteps é que os trabalhadores participem das atividades destes dias, o que servirá também como combustível na mobilização da nossa data-base 2017 e mostrará ao Centro e ao governo Alckmin o grau de insatisfação da nossa categoria. A hora é agora! Vamos lutar por nossos salários e benefícios, contra a retirada de direitos!

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, estão sendo organizadas atividades nacionais e regionais. O objetivo é protestar contra os ataques que atingem mais duramente a mulher, como é o caso das novas regras propostas para a aposentadoria. Neste dia, haverá reunião do CDB, na sede do Sinteps, seguida de participação na atividade prevista para São Paulo. Nas demais cidades, a dica é se integrar às atividades municipais e regionais.

Obs: Informe o Sinteps (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) sobre o que vai ocorrer na sua cidade e região neste dia. Posteriormente, mande informes e fotos das atividades.

 

A Pauta de Reivindicações e outros itens estão em “Fique por dentro” – “Data-base 2017”.

 

Clique aqui para conferir o Boletim Sinteps 58, que traz o calendário de atividades propostas à categoria em março e abril/2017.