face twitter youtube instagram

Bônus Resultado, bode na sala e outros engodos do governo do estado de São Paulo

 

23/1/2013

Muitos trabalhadores têm contatado o Sinteps na tentativa de obter informações sobre o pagamento do Bônus Resultado. O bônus é um item previsto em lei, a de nº 1.044/2008, que estabeleceu a carreira dos trabalhadores do Centro em vigor atualmente.

Seu pagamento é condicionado à  edição de um decreto por parte do governador do estado e, geralmente, costuma vir em março, por ser o prazo final para o fechamento contábil do ano anterior e pela necessidade de justificar o gasto constitucional de 30% de sua arrecadação com a manutenção e o desenvolvimento da educação.

O bônus e o bode

Todos os anos é a mesma coisa: ninguém sabe se vai receber ou não. Ficamos desde janeiro - quando o 13º salário já acabou faz tempo - perguntando se o bônus vai sair, quando vai sair, qual valor vai ter... e nenhuma resposta concreta do governo aparece. Um grande mistério rodeia o pagamento do Bônus Resultado! É a velha política de colocar o bode na sala.

Aí, na véspera do pagamento, quando mais ninguém acredita que o governo vai pagar, surge um comunicado dizendo que o pagamento será realizado. Alívio geral! Saiu o bode da sala!

Aí, no dia do pagamento, muitos percebem que NADA RECEBERAM e, para estes, o BODE CONTINUA NA SALA.

Ocorre que, pela política da meritocracia - instituída pelo PSDB no estado de São Paulo em 2000 - só recebe benefícios quem tem mérito.

Os critérios para a definição de quem tem mérito costumam ser extremamente injustos, pois a maioria não depende dos esforços dos trabalhadores e guarda relação com a infraestrutura, ou seja, é de responsabilidade do governo: laboratórios precários, bibliotecas mal equipadas, falta de funcionários e professores e vários outros, que contribuem diretamente para a evasão escolar. O resultado é que uma parcela significativa da categoria recebe pouco ou até nada de bônus.

Para os que não recebem o bônus, resta o truque do bom cabrito e do que mais berra. Ou seja: mobilizar-se para reivindicar o reconhecimento do governo ao esforço diário que fazemos nas unidades, sem condições dignas de trabalho, na maioria das vezes, para continuar formando jovens, com seriedade e competência, resultando em dados que o governo usa em suas campanhas eleitorais.

Para reflexão

O Sindicato considera a política do bônus absurda, totalmente divorciada de uma real valorização da categoria.

O trabalhador deve fazer um cálculo: pegue seu bônus e divida por treze (doze salários e um décimo terceiro). No final, vai perceber que era melhor ter um salário digno, que lhe garantisse o sustento da sua família; que era melhor não acumular tantas dívidas para quitar com o bônus; que era melhor ser respeitado diariamente, ao invés de iludido com uma bonificação que pode receber este ano, mas não é garantida para o ano que vem.