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A pauta de reivindicações de 2023, entregue à administração do Centro Paula Souza e ao governo no início do ano, tinha como reivindicações centrais um reajuste salarial de 53,23% para todos e aavanços nos trabalhos da comissão responsável pelos estudos sobre a revisão da carreira. Em maio, após conceder reajuste de até 34% para o pessoal da segurança pública, o governador Tarcísio de Freitas limitou-se a reajustar as demais categorias em míseros 6%. As emendas apresentadas pelo Sinteps na Assembleia Legislativa foram rejeitadas.

Em agosto, o chamado à greve feito pelo Sinteps vingou e os trabalhadores iniciaram o movimento com um grande ato no dia 8, com centenas de manifestantes saindo em passeata até a administração da instituição. Além do reajuste e da revisão da carreira, entraram na pauta o pagamento do bônus (até então sem data prevista, acabou sendo pago em setembro) e a defesa das ETECs (frente ao anúncio de criação de uma “rede paralela” de ensino técnico nas escolas da rede estadual, sem qualquer infraestrutura e à margem do Centro Paula Souza, entidade responsável por essa modalidade de ensino há mais de 50 anos, com notória qualidade). Já no dia 8/8, a Superintendência anunciou a publicação de suas diretrizes para a revisão da carreira, comprometendo-se a apresentar uma proposta até meados de setembro. Em meio à forte pressão do governo estadual, com ameaças de corte de ponto e de direitos, a suspensão da greve foi decidida pelo Comando Central de Greve (representantes da direção do Sinteps e das unidades paralisadas) em 21/8.

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Ato e passeata de lançamento da greve, em 8/8/2023

Até o fechamento deste Organizador Sinteps 2024, em 28/11/2023, a proposta da instituição para a revisão da carreira segue desconhecida. Nesta data, convocados pelo Sinteps, trabalhadores de várias unidades do Centro participaram do dia estadual de paralisação do funcionalismo, com ato público em frente à Assembleia Legislativa. Além das pautas comuns com o restante das categorias – contra os cortes na educação, as privatizações e o início da reforma administrativa, medidas enviadas pelo governador Tarcísio à Alesp em forma de projetos de lei – no Centro a mobilização neste dia teve um elemento adicional: pressionar pelo andamento da revisão da carreira. 

Segue a luta pela carreira - O Sinteps seguirá organizando os trabalhadores da instituição pela revisão da carreira. É nela que queremos introduzir: melhores tabelas salariais; a definição de uma política salarial permanente; a promoção direta para o nível de titulação e progressão a cada dois anos (por antiguidade, como prevê a CLT); a instituição de jornada de trabalho para docentes (10, 20, 30 e 40h); a inclusão de mais graus nas tabelas para acompanhar o aumento do tempo necessário à conquista da aposentadoria (devido à reforma da Previdência); a instituição do plano de saúde; a melhoria dos benefícios (como o vale alimentação e a inclusão de cesta básica), entre outros.

Segue a luta contra a reforma do EM, em defesa das nossas escolas e do emprego - Desde a implantação da reforma do ensino médio, uma das primeiras medidas adotadas pelo governo de Michel Temer, em 2016, entidades e movimentos ligados à educação, entre eles o Sinteps, vêm denunciando os estragos promovidos nesta etapa escolar: currículos empobrecidos, cargas horárias reduzidas, demissão e precarização do trabalho docente.

Com a chegada do governo Lula à presidência, logo no início de 2023 a revogação da reforma foi reivindicada formalmente e voltou a ser tema de manifestações populares. Trata-se de uma luta ainda em curso e o debate com o governo está aberto. Fruto das pressões, alguns avanços – como o aumento da carga horária das disciplinas básicas – já estão no horizonte, mas ainda aquém até do que tínhamos antes da reforma.

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Ato em frente à Superintendência do Centro, em 18/8/2023