Tarcísio de Freitas fez uma fala bastante reveladora da política de seu governo em relação aos profissionais da educação pública. Ao participar do lançamento do programa “Alfabetiza Juntos SP”, em 20/2/2024, ele disse que os professores do estado não têm a melhor estrutura, nem o melhor salário, mas “têm muito amor”.

“A gente sabe que eles não têm a melhor estrutura, a gente sabe que eles não têm o melhor salário, mas eles têm muito amor. E quando a gente for resolvendo as questões sociais, eu tenho certeza que a gente vai conseguir dar para os professores o que eles merecem. Eles têm feito um grande trabalho e é nosso dever fazer a formação continuada”, disse o governador. (clique para conferir a matéria na imprensa)

De fato, amor e dedicação nunca faltaram aos professores da rede estadual e do Centro Paula Souza. E o mesmo pode ser dito do conjunto de profissionais das escolas que, juntos, dão o melhor de si para garantir à sociedade o direito à educação.

Mas a fala do governador é cínica. Na rede estadual, segundo a Apeoesp, são mais de sete mil educadores temporários, a chamada ‘Categoria O’, que ainda não sabem se terão aulas a ministrar, ao mesmo tempo em que há um grande número de aulas sem professores. No Centro Paula Souza, o número de contratos precários por tempo determinado só tem crescido e já ultrapassa o número de profissionais concursados.

Tanto na rede quanto no Centro, os reajustes salariais têm sido ínfimos nos últimos anos, muito longe de cobrir sequer a inflação.

No Centro, os trabalhadores e as trabalhadoras aguardam a revisão da carreira e o atendimento de reivindicações que podem melhorar as condições de trabalho – como a jornada docente, a promoção direta para todos, implantação de política salarial, entre outras.

Somos profissionais da educação pública que merecem respeito, governador! Queremos condições de trabalho e reajustes dignos! Queremos revisão da carreira!

Explique a PEC 9, Tarcísio!

Tarcísio também precisaria explicar por que deseja cortar cerca de R$ 10 bilhões anuais da educação paulista. Se o projeto de emenda constitucional (PEC) 9, enviado pelo governo à Assembleia Legislativa no final de 2023, for aprovado, a educação terá seus recursos reduzidos de 30% da receita do estado para 25%.

Assista declaração da presidente do Sinteps, Silvia Elena de Lima