Centenas de representantes de entidades sindicais e populares encheram a quadra do Sindicato dos Bancários na noite de 5/9, em São Paulo, no lançamento de um plebiscito popular contra o plano de privatização que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende lançar em breve. O objetivo, segundo o governo, é entregar à iniciativa privada a Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP (Sabesp), trechos do Metrô e da CPTM.
Os “estudos” do governador já consumiram milhões em reais e buscam apresentar justificativas para um verdadeiro crime contra a população que precisa dos serviços públicos. Com o plebiscito, que pretende reunir 1 milhão de votos até outubro, as entidades querem dialogar com a população, alertando para as consequências da privatização. Os detalhes da campanha – onde estarão as urnas, como votar, formas de apoiar a realização do plebiscito – serão divulgadas em breve.
Com 28,4 milhões de clientes em 375 cidades paulistas, a empresa tem capital aberto, sendo o governo o principal acionista (50,3%). Entre janeiro e setembro de 2022, a Sabesp acumulou lucro de R$ 2,47 bilhões e desperta interesses dos grandes grupos privados da área de energia.
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), ressalta que, além de aumentar as tarifas e precarizar os serviços, a privatização colocará em risco a tarifa social que atende famílias em situação de vulnerabilidade em todo o estado. Além disso, também pode inviabilizar a política de subsídio cruzado, que permite financiar obras de saneamento em municípios mais pobres com os lucros obtidos nas cidades mais desenvolvidas.
Rumo à greve geral
Além do plebiscito popular, o movimento unitário dos trabalhadores também articula uma greve geral das categorias para barrar o processo de privatização.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT/SP, Raimundo Suzart, não tem dúvida de que a mais prejudicada será a população carente. “Temos que lutar. A classe trabalhadora tem que se unir”, resumiu ele durante o lançamento da campanha (Rede Brasil Atual, 5/9/2023).
O Sinteps apoia o movimento e divulgará amplamente os detalhes do plebiscito. Fique de olho.
