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27/3/2014

Prezados trabalhadores grevistas,

Gostaria de iniciar este comunicado agradecendo a todos os trabalhadores que participaram da greve da categoria em 2014. Foi a maior greve da história dos trabalhadores do CEETEPS, não em extensão, mas em qualidade, em envolvimento e em amadurecimento da nossa categoria.

O balanço da greve é VITÓRIA!

  • Sem a greve não haveria projeto de lei para alterar nossa carreira;
  • Sem a greve não haveria vontade política de votar o projeto de carreira;
  • Sem a greve não haveria alterações na proposta do governo, atendendo algumas das reivindicações da categoria;
  • Sem a greve não faríamos tantos amigos como fizemos nesta jornada. Gente brilhante e destemida, que não se intimidou diante de tantas ameaças, pressões e opressões.
17 de fevereiro, o primeiro dia, foi de tensão. Nosso ato foi sem carro de som, mas o jogral deu o tom, e mostrou que os trabalhadores não iam se rebaixar frente à s dificuldades.

No segundo dia, a primeira ameaça, o corte de ponto. Ninguém se intimidou.

A primeira semana já parecia um mês, de tantas atividades e de tanto envolvimento pelo Estado inteiro...

25 de fevereiro, o segundo ato, gente e mais gente na Paulista, percorrendo os caminhos do poder, gritando aos quatro ventos pela dignidade da categoria. Nossos alunos dando um show de organização, apoio e participação.

Veio o Carnaval e o governo apostou na desmobilização! Que nada! Nosso pessoal continuou firme, e mais trabalhadores aderiram à  greve, quando viram a traição do governo, traduzida no PLC 07/14.

11 de março, novo ato público, desta vez percorrendo a Paulista e descendo até a Assembleia Legislativa, local em que as próximas batalhas seriam travadas.

Chegamos e arrasamos. Mostramos a força da categoria e forçamos a discussão do projeto do governo, que não atendia à s nossas expectativas. O Colégio de Líderes nos atendeu, nos ouviu e ecoou.

A greve conseguiu algo inédito: até os parlamentares da base aliada do governo aderiram à s nossas emendas. Foram quatro partidos a propor o que o Sindicato encaminhou à  Alesp na forma de emendas: PSOL, PT, PSD e PPS. Um substitutivo com a nossa proposta de carreira, aquela discutida e aprovada pela categoria, foi feito pela bancada do PSOL. Declarações de apoio do PcdoB, do PDT e muitos parlamentares de vários partidos.

Em um mês, de 17 de fevereiro a 19 de março, a categoria conquistou com a greve o que três anos de discussão com o governo não foram capazes de conseguir. Esta é a prova mais contundente de que somente a luta traz conquistas e que deve ser usada de exemplo para que sempre nos pautemos na luta para obter mais conquistas.

19 de março, audiência pública na Comissão de Educação. Lotamos a Alesp. Mostramos que nem todas as ameaças, pressões e coações do governo nos fariam vergar.

25 de março, novo ato, corredores e plenário lotados. O governo tinha que ceder.

Rompendo a barreira de obstrução da Assembleia, os líderes concordaram em votar o projeto do governo, incluindo algumas das reivindicações da categoria: sem limitação de 20% para evolução dos funcionários; sem limitação de 10% de RJI nas FATECs; consideração das titulações para os docentes, numa terceira etapa de enquadramento; contagem do tempo de efetivo exercício na classe para docentes e auxiliares de docentes. Pagamento dos dias parados para todos com reposição.

26 de março, nova manifestação na Alesp e plenário lotado. A defesa incondicional da categoria pela companheira Heriane, de Santos, chamou a atenção para a injustiça que seria cometida contra o pessoal administrativo e a emenda que garantia a contagem de tempo para os funcionários foi acatada. É menos do que o pretendido, é menos do que o reivindicado, mas é vitória do movimento.

Sem greve nada disso existiria, nem mesmo o projeto, que ainda prevê o plano de saúde e reajustes salariais para todos do quadro permanente.

Mais era impossível, por estratégia do próprio governo, que limita nosso tempo por estarmos em ano eleitoral. Ou o projeto seria votado esta semana, ou não seria mais possível sua sanção e publicação até a data limite de 05/04.

O que faltou e o que sempre faltará, pois, de conquista em conquista sempre iremos reivindicando mais, deve estar presente em todas as lutas da categoria, que vem aprendendo, de greve em greve, que as conquistas só vêm na luta.

Parabéns a todos os que participaram da greve, que ajudaram a construir uma categoria mais aguerrida e mais unida e que devem ser agradecidos diariamente pelos outros trabalhadores que não aderiram à  greve, porque seus salários e suas condições de trabalho estarão melhores graças à  luta dos grevistas.

 

Silvia Elena de Lima, presidente do Sinteps