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Dia da Mulher é parte da história de lutas e conquistas da classe trabalhadora

4/3/2013

Muitas foram as canções que embalaram, ao longo dos anos, a vida e a luta das mulheres, no Brasil e no mundo. A Maria, Maria, de Mílton Nascimento, tornou-se quase que um hino. Sim, porque nós temos força, raça e sonho... sempre. E vamos à  luta, é claro.

Os números ainda navegam em sentido contrário: em média, ganhamos menos, trabalhamos em condições menos favoráveis, sofremos mais com o desemprego.

Mas também temos avanços a comemorar. Hoje, ocupamos praticamente a metade do mercado de trabalho e não nos furtamos à  luta! O mesmo capitalismo que nos explora e faz da discriminação um instrumento de ganhos extras, contraditoriamente nos agrupa enquanto trabalhadoras, o que nos traz as condições para nos organizarmos e lutarmos!

O Sinteps parabeniza as companheiras pela passagem de seu dia. O Sinteps seguirá organizando a categoria como um todo, em defesa de melhores salários e condições de vida, por um ensino público, gratuito e de qualidade para todos! E seguirá contribuindo, também, pela igualdade entre homens e mulheres e pela superação de todas as desigualdades e discriminações na sociedade!

Ato unificado em São Paulo

Várias entidades sindicais e populares, entre elas o Sinteps, estão organizando um ato unificado em comemoração ao Dia da Mulher. Vai ser na sexta-feira, 8 de março de 2013, na Praça da Sé, com concentração a partir das 13 horas.

O Sinteps convida as trabalhadoras e trabalhadores que puderem comparecer a estarem presentes.

Mulher X mercado de trabalho

O recente estudo Igualdade de gênero e crescimento econômico no Brasil, produzido pelo Banco Mundial, mostra que as brasileiras representam 44% da força de trabalho nacional e que, em média, a hora de trabalho de uma mulher ainda vale um quarto a menos do que a de um homem. Em outras palavras, elas ainda ganham 75% do que eles recebem.

Enganam-se os que atribuem esse desnível à  falta de experiência profissional ou ao nível de educação das trabalhadoras. Outra pesquisa recém-divulgada - o relatório Education at a Glance , publicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) - mostra que a proporção de mulheres brasileiras com títulos acadêmicos de nível superior é maior que a de homens: elas são 12%, enquanto eles são 10%, mas isso não se reflete no mercado de trabalho.

Em média, a mulher brasileira com nível superior ganha apenas 61% do que recebe um homem com o mesmo nível de instrução. Dentre os países que fazem parte da OCDE, essa discrepância é um pouco menor: a renda da mulher com nível superior é 72% da do homem. Os países mais próximos da igualdade são Reino Unido (82%) e Espanha (89%). Embora o Brasil não seja membro da OCDE, formada majoritariamente por nações europeias, os dados do país foram incluídos no relatório para fins de comparação.

Ambas as pesquisas refletem a discriminação de gênero que ainda permeia o mercado de trabalho no Brasil, embora a Constituição Federal seja explícita ao prever direitos iguais para homens e mulheres.

No serviço público

No serviço público, formalmente os salários são iguais para homens e mulheres. No entanto, a discriminação ocorre de modo mais sutil. Não raro, eles têm maiores oportunidades de ascensão na carreira, na indicação para postos de confiança etc.

Um pouco da história

As origens do 8 de Março têm relação direta com as lutas da mulher, mais especificamente das operárias têxteis de Nova York. Em 1857, elas protagonizaram uma greve que durou semanas e que foi duramente reprimida pelos patrões e pela polícia. Esta greve é comumente confundida com um outro episódio protagonizado pelas operárias novaiorquinas, em 1911, quando um trágico incêndio na fábrica de roupas Triangle matou mais de 100 mulheres.

A greve de 1857 é considerada o pontapé inicial num conjunto de lutas femininas que ganharia grandes proporções no início do século 20. Ela foi a primeira a levantar várias reivindicações num momento em que as mulheres começavam a ingressar mais nitidamente no mercado de trabalho e a sofrer com a superexploração capitalista.

Nos Estados Unidos e em vários países, A greve de 1857 começou a ser lembrada no final de fevereiro ou início de março dos anos seguintes, impulsionando novas mobilizações e atos públicos. Em 1907, no dia 8 de março, operárias e mulheres socialistas de Nova York convocaram a Marcha da fome, para lembrar 1857 e reivindicar A diminuição da jornada de trabalho para 10 horas, melhores salários e condições de trabalho. Também é neste ano que o Partido Socialista Norte-Americano cria um comitê de mulheres pelo direito ao voto - o sufrágio feminino - somando este aspecto mais geral à s reivindicações econômicas.

Em 1910, durante o II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado na Dinamarca, a militante do Partido Social-Democratca Alemão Clara Zetkin, editora do jornal partidário Igualdade, propôs que se estabelecesse um dia para marcar a luta mundial das mulheres. Assim, o 8 de Março foi aprovado como Dia Internacional da Mulher.

Destas sementes históricas, brotaram várias conquistas, como a melhoria das condições de trabalho da mulher, a inserção de benefícios (como o seguro-maternidade) e a conquista do sufrágio universal.

O primeiro país a garantir o direito ao voto para as mulheres foi a Nova Zelândia, em 1893. Em seguida, veio a Austrália, em 1902. Nos Estados Unidos, o direito foi sendo implantado em alguns estados, até que, em 1920, a luta das mulheres conseguiu estendê-lo a todo o país.

No Brasil, a conquista do sufrágio feminino consolidou-se no dia 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, com a promulgação de um novo Código Eleitoral. A primeira deputada estadual eleita pelo voto popular foi Maria do Céu Fernandes, no Rio Grande do Norte, em 1935.