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Situação desigual e relatos de tratamento indigno marcam situação da merenda nas unidades do Centro. Sinteps questiona instituição

Após receber denúncias de trabalhadores e de pais de estudantes, a Diretoria Executiva do Sinteps encaminhou um ofício à Superintendência do Centro Paula Souza (nº 14, em 13/9/2022) com uma série de questionamentos sobre a alimentação dos alunos nas ETECs.

O documento lembrou que, em reunião recente do Conselho Deliberativo do Centro, a professora Laura Laganá, superintendente da instituição, afirmou que todos/as os/as alunos/as de ETECs iriam receber alimentação, independentemente de serem do ensino técnico ou médio, e que também seria oferecido almoço aos/às discentes do diurno e jantar aos/às do noturno.

Ao que tudo indica, no entanto, isso não vem acontecendo em boa parte das unidades. Ao final do ofício, o Sinteps pleiteia que a Superintendência discrimine “as escolas que recebem alimentação regular e as que não recebem. Se não recebem, por quais motivos? Há previsão de regularização?”

Enquete entre representantes

Na reunião do Conselho Diretor (CD) do Sinteps – instância que reúne os/as diretores/as de base, regionais e executivos/as – em 15/9, uma enquete entre os/as presentes, oriundos/as de unidades de várias regiões do estado, agrícolas e industriais, mostrou que a situação é bastante desigual.

Os relatos mostraram que há:

- Unidades em que a merenda é feita no local e outras em que chega pronta;

- Unidades em que todos/s os/as estudantes podem se alimentar e outras em que somente os/as dos cursos de ETIM são atendidos/as;

- Unidades em que a quantidade de merenda é suficiente para todos/as e outras em que mal dá para a primeira turma;

- Unidades em que a qualidade da alimentação oferecida é boa e outras em que deixa a desejar.

Chamou a atenção o relato de diretores/as de base de duas unidades, de que estudantes que “não têm direito à merenda” são retirados/as da fila. O fato, além de retratar um tratamento indigno a estes/as estudantes, é contraditório com a afirmação feita pela superintendente, citada no início desta matéria, de que todos/as iriam receber a merenda.

Melhor jogar fora?

O Sinteps reivindica que também os/as trabalhadores/as da instituição sejam contemplados/as com a merenda, a fim de evitar “jogar comida fora” num país tão desigual e com um vale refeição ínfimo praticado pelo governo estadual, que além de insuficiente para uma refeição digna ainda não se estende a toda a categoria.

A Superintendência aponta impedimentos “legais” para isso, uma vez que as verbas seriam “carimbadas” para fornecimento de alimentação aos/às estudantes. Para o Sindicato, a alegação é burocrática e demonstra insensibilidade com os/as trabalhadores/as, pois certamente é possível buscar alternativas para contornar tais “impedimentos”.

Caso na sua unidade esteja ocorrendo o absurdo de se jogar comida fora, faça fotos e vídeos e envie à imprensa. Você não precisa se identificar. Se preferir, mande o material para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., informando a unidade e o dia do ocorrido, para providenciarmos a denúncia.