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Enquanto casos se espalham e angustiam comunidade, direção do Centro opta por divulgar “inovações” futuras. Seguimos em GREVE SANITÁRIA em defesa da vida!

As confirmações de novos casos – quase sempre por meio de comunicados oficiais das unidades – chegam diariamente ao Sinteps por e-mail e mensagens de WhatsApp. No mapa de adesão à greve (no site), já são 32 unidades com contaminações de professores, administrativos e estudantes, com seguidas suspensões de aulas presenciais e higienização dos ambientes. O envio dos comunicados quase sempre vem acompanhado de relatos pessoais, recheados de angústias e ansiedades: gente que aderiu à GREVE SANITÁRIA e teme pelos colegas e alunos que estão no presencial, e gente que não aderiu e convive com o fantasma diário da contaminação.

A Superintendência do Centro segue alheia ao caos sanitário que ronda as unidades. Por meio da Portaria Ceeteps-GDS 3067, de 17/8/2021, a diretora superintendente, professora Laura Laganá, anuncia a criação de um grupo de trabalho para estudar a implantação de “Sala Criativa” e “Espaço Maker” nas ETECs e FATECs. Em reunião com diretores de unidades, ela anunciou novamente a concessão de R$ 150 milhões pelo governo, para a futura compra de equipamentos e estruturação tecnológica. Num resumo enviado por uma diretora de FATEC à sua comunidade, o item aparece da seguinte forma: “Receberemos recursos de 150 milhões para o CPS equipar as salas de aula para transmissão de aula remota. Serão realizadas licitações.”

Equipamentos e modernização são bem-vindos e fazem parte das reivindicações históricas da comunidade, certamente. Porém, o que se vê agora é a tentativa de utilizar as “inovações” do futuro para ofuscar o enorme problema vivido pelas unidades no presente, às voltas com o retorno presencial sem controle da pandemia. E o pior: declaradamente, o objetivo das “inovações” futuras é a configuração do ensino híbrido no Centro Paula Souza. Mais um ataque ao trabalho docente e à qualidade do ensino oferecido à sociedade.

“Enquanto os casos de contaminação crescem entre os professores, funcionários e alunos, o Ceeeteps faz propaganda de inovações que serão adquiridas para propiciar o ensino à distância, com consequências diretas para nosso emprego e a qualidade do ensino”, ressalta Silvia Elena de Lima, presidente do Sinteps.          

 

Doria e a Superintendência na contramão da ciência

A direção do Sinteps expõe diariamente o verdadeiro cenário de horror que ronda as unidades à direção do Centro, reivindicando que retorne toda a instituição ao ensino remoto, até que a pandemia esteja sob controle.

Até este momento, infelizmente, a opção da superintendente do Centro é a de seguir cegamente as determinações do governo Doria, embora tenha autonomia para adotar postura própria. Talvez não tenha lido as dezenas de críticas feitas por especialistas à recente decisão do governador de extinguir o Centro de Contingência que o assessorava, composto por 21 cientistas, reduzindo-o para um comitê formado por nove pessoas. “O Centro estava incomodando o governador, por indicar ações contrárias às flexibilizações anunciadas pelo político”, criticou o infectologista Marcos Boulos, um dos integrantes destituídos (Portal UOL, 20/8/2021). Ele cita “lobbies para fazer a parte econômica retornar em um momento ainda muito ruim” da pandemia. “A previsão é que tenhamos um aumento de casos agora com a variante delta. Então, essa abertura é inoportuna. Não adianta investir na economia se você não resolver o problema da saúde”, reforçou o infectologista.

O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, vê a necessidade de medidas casadas para impedir uma nova onda da pandemia no país, a bordo da variante delta: flexibilização controlada, campanha pela continuidade do uso dos equipamentos de proteção individual e vacinação da maioria da população (o número de vacinados com ambas as doses ainda não supera 30% no Brasil). “O que vemos, no entanto, é que basicamente tudo voltou a funcionar, como se não tivéssemos mais pandemia. Fora a vacinação, não existe outra medida de contenção da delta”, critica Hallal. “Se continuarmos nesse nível de descontrole, em pouco tempo vamos completar todo o alfabeto grego com novas variantes.” (Revista Piauí, 20/8/2021).

 

Pesquisas nas unidades

O Sinteps teve acesso a pesquisas realizadas em duas unidades, com resultados bastante interessantes sobre como a comunidade vê o retorno presencial e a GREVE SANITÁRIA.         

Na ETEC Getúlio Vargas, de São Paulo, pesquisa feita pela unidade junto aos estudantes, com 694 respondentes, revelou: 68,9% não se sentem seguros para retornar presencialmente, enquanto 31,1% afirmam ter segurança para isso. Perguntados quando pretendem retornar, 43,5% disseram que o farão somente após tomarem as duas doses da vacina, 24,6% dispõem-se a voltar apenas com a primeira dose, e 31,8% afirmam que retomam as aulas presenciais assim que a escola chamar.

Na ETEC Lauro Gomes, de São Bernardo do Campo, pesquisa feita pelos grevistas junto à comunidade, para aferir o apoio ao movimento, teve 317 respostas (88% de estudantes e o restante de professores, funcionários e pais). Do total, 86,8% manifestaram apoio à GREVE SANITÁRIA.

 

Presidente do TJ suspende liminar da Apeoesp

O presidente do Tribunal de Justiça (TJ-SP), desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, suspendeu os efeitos da liminar que havia sido concedida à Apeoesp no dia 16/8/2021, determinando que o retorno dos professores às aulas presenciais na rede pública do estado só deveria ocorrer após 14 dias da segunda dose da vacina (ou de uma dose única) contra a Covid-19. A decisão do presidente do TJ-SP foi divulgada em 20/8.

O fato é similar ao ocorrido com a liminar obtida pelo Sinteps em 7/5/2021, que impediu o retorno às aulas presenciais naquele momento, até ser suspensa diretamente pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-2ª Região), desembargador Luiz Antonio M. Vidigal, em 26/5/2021.

Chama a atenção o fato de que, em ambos os casos, o governo Doria saltou etapas e dirigiu-se diretamente aos presidentes dos tribunais, provavelmente para pressionar os demais juízes quando do julgamento do mérito das ações, que seguem tramitando.

 

Nossa GREVE SANITÁRIA: Prosseguir e fortalecer

Conforme avaliação e encaminhamentos aprovados pelo Comando Geral de Greve (CGG) do Sinteps, reunido em 17/8, um dia depois da reunião com a Superintendência (clique aqui para ler matéria), indicou a manutenção da GREVE SANITÁRIA, buscando fortalecê-la a partir de apoios da comunidade externa (imprensa, vereadores, deputados), entre outras medidas. Todos os materiais de apoio estão no site, na seção Greve sanitária.

Tão logo seja divulgado o novo comunicado pela Superintendência (no qual deve ser informada a postura da direção do Centro quanto ao pagamento das aulas remotas dadas pelos grevistas), será convocada Assembleia Geral após 48 horas, como prevê a legislação.

 

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