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“Reajuste” de Alckmin é deboche com funcionalismo. Vamos à luta na campanha salarial 2018

Os sindicatos que representam o funcionalismo paulista, entre eles o nosso Sinteps, tentam negociar com o governo estadual há anos, em vão. O resultado desse total descaso com os trabalhadores do serviço público são anos seguidos de arrocho salarial, sem que a inflação fosse reposta. Algumas categorias acumulam uma defasagem de cerca de 40%.


No caso dos trabalhadores do Centro Paula Souza, as perdas salariais, de acordo com a inflação oficial acumulada no período de março de 2013 a março de 2017, medida pelo índice do ICV/Dieese, equivalem a 32,63%. Se somarmos esse percentual à inflação de março/2017 a fevereiro/2018, que também deve ser reivindicada, teremos um prejuízo em torno de 36%. Significa que os nossos salários, hoje, conseguem comprar menos de dois terços do que compravam cinco anos atrás. A conquista da equiparação salarial para os administrativos do Centro, no final do ano, após muita batalha organizada pelo Sindicato, foi o único avanço salarial que tivemos.


Olhando estes dados, impossível não considerar um deboche o “reajuste” anunciado pelo governador Geraldo Alckmin na manhã de 4/1/2018, em entrevista coletiva cercada de pompas. Para o conjunto do funcionalismo, 3,5% de reajuste, exceção feita às polícias (4%) e aos professores da rede estadual e do Centro Paula Souza (7%). Para o vale coxinha, pago somente para os que recebem até R$ 3.777,90, o valor vai de R$ 8,00 para R$ 12,00. Já é possível, portanto, comprar quase duas coxinhas por dia! Segundo o anúncio, as correções serão enviadas à Assembleia Legislativa em forma de projeto de lei, com validade a partir de 1/2/2018.


A debochada bondade do governador tem como farol as eleições presidenciais de 2018. Alckmin pleiteia ser indicado pelo PSDB como candidato ao Palácio do Planalto. Sua plataforma política não é mistério para ninguém. Repetidas vezes, em palavras e ações, o governador paulista manifestou integral apoio à política do governo Temer, de ataque aos direitos sociais. É um dos maiores defensores da Reforma da Previdência, que o Congresso planeja votar em fevereiro, e que praticamente vai inviabilizar o direito à aposentadoria.

 

Temos muito a reivindicar

Como vimos acima, os “reajustes” anunciados nem de longe amenizam anossa situação. A perspectiva, ao contrário, é de maiores dificuldades a partir de agora. Isso porque, apesar da reação do funcionalismo – e o Sinteps participou de todas as atividades de mobilização junto aos demais sindicatos - no mês passado Alckmin conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa o PL 920/2017, que praticamente congela os investimentos nos serviços públicos do estado por dois anos (clique aqui para ler matéria específica).


A nossa resposta deve ser uma vigorosa mobilização: devemos batalhar pela unificação das categorias do serviço público paulista para reivindicar as perdas salariais e, também, evitar a aprovação da Reforma da Previdência.


No Centro Paula Souza, estamos iniciando nossa campanha salarial 2018. A data-base do funcionalismo paulista – mês em que o empregador deve negociar com os sindicatos –é março.


Conforme o Sinteps já divulgou, no dia 15/12, uma assembleia geral foi realizada para dar início ànossa data-base 2018. Os presentes debateram a proposta de Pauta de Reivindicações apresentada pela direção do Sindicato e aprovaram o seguinte calendário de mobilização:


- Fevereiro/2018: Realização de assembleias nas unidades, para discutir a proposta de Pauta. Por deliberação da assembleia geral, todos os trabalhadores (associados ou não ao Sinteps) serão chamados a participar, com direito a voto, a fim de que a discussão da data-base 2018 seja omais ampla possível.

 

- Após fevereiro: Em data ainda a ser divulgada, nova assembleia geral será realizada em São Paulo, para tabular o retorno das assembleias setoriais, fechar a pauta de reivindicações e encaminhá-la à Superintendência do Centro Paula Souza e ao governo, dando-lhes um prazo para negociarem com o Sindicato.

 

- Findo o prazo dado ao governo: A categoria deverá discutir a necessidade e a pertinência de uma greve geral por tempo indeterminado, definindo sua data, se esta for aprovada.

 

O indicativo de Pauta traz, ao todo, 26 reivindicações, entre elas: reajuste salarial, a implantação do Plano de Saúde Institucional, aprovado pela lei 1.240/14; implantação do auxílio alimentação de R$ 850,00 para todos; licença maternidade de 180 dias para todas; revisão da carreira (enquadramento por titulação ao pessoal auxiliar de docente e técnico-administrativo; jornada para os docentes; fim do interstício para a promoção por titulação; fim das avaliações de desempenho para a progressão;  retorno da sexta-parte; política salarial do Cruesp, entre outras); formas de financiamento do Sindicato etc.

 

Clique aqui para conferir a íntegra do indicativo de pauta de reivindicações 2018, a ser discutido nas assembleias setoriais

 

Clique aqui para ler matéria anterior sobre a data-base 2018.