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Sinteps repudia renomeação da FATEC Ipiranga com nome de pastor

Por determinação do governador Geraldo Alckmin, a FATEC Ipiranga passa a ter o nome do pastor Enéas Tognini, fundador da Igreja Batista do Povo (IBP) e um dos líderes do movimento de “avivamento espiritual” que deu origem à Convenção Batista Nacional (CBN), tornando-se presidente da entidade posteriormente.

Tognini ficou famoso pelo apoio irrestrito ao regime militar. Segundo o Diário do Centro do Mundo (http://www.diariodocentrodomundo.com.br/alckmin-batiza-fatec-com-nome-de-pastor-que-apoiou-a-ditadura-e-organizou-jejuns-contra-o-perigo-comunista-por-kiko-nogueira/), o pastor foi responsável pela organização de um dia nacional de oração e jejum, em novembro de 1963, para que “Deus salvasse o país do perigo comunista”.

Tognini faleceu aos 101 anos, em 2015.

No fim do ano passado, Alckmin havia vetado a mudança do nome da estação Vila Mariana, do metrô, para Enéas Tognini. O autor da proposta era o deputado estadual André Soares (DEM), filho de Romildo Ribeiro Soares, conhecido na TV como Missionário R.R. Soares.

Mas na FATEC ele não vetou.

O Sinteps considera a medida uma agressão à comunidade acadêmica, não só por homenagear um amigo da ditadura militar – período obscuro da história brasileira, em que os direitos democráticos foram duramente desrespeitados – mas especialmente por desrespeitar os estudantes, professores e servidores administrativos da instituição, certamente adeptos de diversas religiões e culturas. Além disso, assinar um decreto (nº 62.407, de 30/12/2016) com este teor nos últimos dias do ano, em meio às férias escolares, obviamente teve o objetivo de evitar quaisquer manifestações contrárias.

É preciso que o governador revogue o decreto!